Um relato pessoal
Sabe aqueles fins de semana que parece que alguma luz que você estava querendo que se acendesse a muito tempo, finalmente acende?
Pois foi isso que aconteceu nesse final de semana. Uma luz se acendeu.
Bom já tinha percebido que escrever para mim era a maneira que eu encontrava para expressar meus pensamentos e idéias. Alguma coisa me movia nesse sentido. Não sou poeta ou compositora, nem tão pouco escritora de profissão, mas escrever de alguma maneira sempre me dava algum prazer.
As palavras por vezes selecionadas e por outras simplesmente deitadas no papel, de alguma maneira me causava alguma satisfação e que , é claro, aumentou quando passei a ouvir que os textos que escrevia eram bons. Para mim já bastava uma pessoa dizer para me colocar um sorriso.
Escrever para blog foi uma saída interessante para fazê-lo. Hoje, em meio a nova era da imagem onde fotos e vídeos imperam, a ideia da escrita passou a ser desafiadora porque a maioria das pessoas hoje não “perdem tempo” com leituras, de qualquer que seja o assunto.
Bom, mas não irei falar sobre textos e leitura para não ficar enfadonha nossa interação. Vou falar de autodescoberta, de propósito de vida
No último final de semana tive contato com algumas pessoas bem interessantes e que de alguma maneira apareceram em minha vida com temas que se completavam e que me tocavam profundamente, entre eles a arte.
Sim, os personagens dessa conversa eram dois artistas plásticos e uma artesã. Falamos de filmes , pintores, artistas e, sim, eu era a única nesse meio que era uma simples admiradora do tema.
E o que isso tem a ver com autodescoberta?
Tem a ver que não pude deixar de comentar com eles a minha admiração por pessoas que conhecem sua aptidão e fazem o que gostam, em especial os artistas, neles incluídos os cantores e bailarinos, claro. E por estarmos num restaurante, não demorou muito para salientarmos a arte da culinária que tanto prazer nos oferece com suas cores, odores e sabores.
Tenho um trabalho bom e compensador, que é fruto de anos de estudo árduo, mas que, depois de mais de uma década, não preenchia mais internamente como outrora. Buscava algo que em paralelo melhor se adequasse ao meu jeito de ser. No entanto, o que seria ? Depois de tanto tempo envolta em papéis e leis, me vi perdida. Pensar “fora da caixa” pode ser desconcertante e incômodo tanto para a pessoa que vive essa inquietude como para as outras, porque talvez o tema as faça pensar em suas vidas , digamos, normais.
Bom, em meio a uma fase de muitos questionamentos e num processo de autodescoberta, pela primeira vez ouvi de alguém uma interpretação positiva das minhas reflexões. Foi a artesã quem disse: ” Que bom que você se questiona. A maioria das pessoas passam a vida sem refletir sobre o que estão vivendo”. Nenhuma frase nunca se encaixou tão perfeitamente comigo. Elas soaram como um acolhimento e compreensão.
Senti-me então à vontade em mencionar a felicidade e o prazer que tenho em escrever sobre determinados temas, filmar alguns momentos e o maior de todos o de receber as pessoas. Lembrei que essa descoberta começou em 2012 quando guiei duas irmãs paulistas por Salvador, que por gostarem, pediram para guiar seu chefe que vinha dos Estados Unidos com a esposa e daí não parei mais.
Por razões que desconheço o destino me levou a conhecer e casar com um dono de pousada onde a hospitalidade é colocada em prática a todo momento. Receber pessoas, conhecer um pedacinho da histórias delas, mostrar as belezas da Ilha que escolheram para passar as férias, enfim, interagir com elas é algo mágico.
Daí a sábia artesã que não é besta nem nada lembrou que não é necessário ter pressa quando o assunto é autodescoberta e que a comunicação era o que me fazia pulsar. Daí respondi: Isso!!! Faz sentido ! Agora faz todo o sentido!
Mencionar a área em que me encaixo fez surgir em minha mente cenas que foram se formando como um quebra-cabeças da vida real. O deleite em estar interagindo com as mais variadas pessoas dos mais variados lugares , seja na pousada ou aqui no blog, não há dinheiro que pague.
Um dos artistas plásticos disse então que o que fazemos na pousada de uma certa maneira é arte, a arte de receber, veio como selar o que estava posto há tempos, o meu propósito de vida. Tive a certeza que nada foi por acaso e que estava no lugar certo, fazendo a coisa certa. Então a luz se ascendeu e de tão feliz resolvi mostrá-la para vocês para que de alguma maneira alguém se sinta tocado, saia de sua zona de conforto e desperte para o que te faz vibrar e tornar essa descoberta uma arte.
Um grande abraço
Tata Cunha
Conhecer pessoas e recebê-las bem não é pra qualquer um, aquelas que conseguem são dignas de toda a admiração dos que estão a volta, atraindo vibrações positivas que fazem bem a alma.
Parabéns pela reflexão e que continue sendo do jeito que sempre foi. Com muita simpatia e alegria
Muito Obrigada Israel!
Muito bom seu texto. E que bom que sinta estar no lugar certo fazendo a coisa certa
Continue sempre se questionando.. Isso nos conserva activos, despertos e sonhadores
beijinhos desde Açores
A trajetória foi longa e ainda não acabou, no entanto enxergar além dos nossos questionamentos já nos dá esperança e paz. Beijinhos a todos dos Açores.