Outro dia ouvi de um nativo da Ilha que só foi umas duas vezes na vida na Vila de Baiacu. A desculpa, ele mandou de pronto: “ Fica muito longe, no fim do mundo” e assim vai seguindo a vida como a maioria dos brasileiros, sem ter se quer noção do quanto perde por não se interessar por sua história.
Eu sei que deve soar estranho ouvir que uma Vila com nome de um peixe que incha como uma bexiga quando se sente ameaçado e que está localizada numa zona considerada tão, tão distante, pode ser referência de história.
Bom, devo confessar que o meu primeiro contato com a Vila de Baiacu foi lendo o livro Viva o Povo Brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro. Ali descobri que aquela vila de pescadores foi chamada inicialmente de Vila de Nosso Senhor de Vera Cruz, onde foi construída pelos jesuítas a segunda igreja matriz do Brasil com o mesmo nome.
Sei que o nome Vera Cruz permeia na nossa lembrança mais remota do período estudantil remetendo-nos a Ilha de Vera Cruz ou ainda Terra de Santa Cruz, que foi o primeiro nome dado ao Brasil. Sim, os nossos colonizadores portugueses talvez tentando serem práticos ou por simplesmente pura falta de vontade de pensar em novos nomes saíram repetindo o nome cruz toda vez que povoaram determinado local.
Bom…com cruz ou sem cruz, a história , com certeza, dá um toque especial ao lugar, principalmente quando nos deparamos com as ruínas da igreja que são sustentadas por uma suntuosa árvore chamada de gameleira. A simbiose é perfeita entre as duas, um entrelaçar harmônico e afetuoso que mais parece um verdadeiro caso de amor, onde não se sabe onde começa a igreja e onde termina a árvore, pois são um só.
A Vila? Um lugar lindo e tranquilo onde o tempo passa devagar, com casas simples da população ribeirinha que vive a beira do mangue, fonte de vida e de onde saí grande parte do mariscos e crustáceos consumidos na grande Salvador.
A vida simples pode parecer entediante ao ilhéu, mas é bastante interessante para o gringo, não é à toa que largam tudo para andar de sandálias de borracha na terra brasílis. Enquanto o baiacu aqui é desprezado, no Japão é vendido a preço de ouro.
Sim…no fim do mundo há beleza, há história, pulsa vida e existe um começo.
Texto publicado em 20/04/2017 no Portal Itaparica Notícias

O texto embora curto deixando a desejar um gostinho de quero mais é muito bom…mas faltou dizer que Vera Cruz é a terra do foi…foi natureza bonita…foi terra de pescadores…foi terra de estrangeiros andando de sandálias…foi um lugar tranquilo…foi um povoado de nativos originais e agora misturados…foi uma provincia de bons politicos…foi um municìpio só… sem divisão de partidos politicos…foi um paraìso turístico de belas e limpas praias…
…e por aí vai…